Já se escreveu muito sobre domingos perfeitos, desde versões idiotas a bem inteligentes. Há belas versões francesas e romanas, por exemplo.
Esta é uma versão sevilhana ou à la “Maestranza”.
De manhã é hora de ir à missa. Cumprir o preceito, para isto existe o domingo. É o tempo de contemplar a renovação incruenta do calvário. Deus é a finalidade de nossa vida, temos de nos ordená-los a Ele, sacrificar nosso tempo e vida a Ele. Por isso, também, a primeira coisa a fazer no domingo é ir à missa. Em outras épocas, na bela catedral sevilhana, muitas missas eram rezadas ao mesmo tempo. E na missa se ouve o canto moçárabe.
Exemplo deste canto:
http://www.youtube.com/watch?v=Ob_YOmaW8Z8#t=150
Para conhecer a catedral
:http://www.youtube.com/watch?v=P_R1gsPDelU
E isto se relaciona com o primeiro estado, o clero.
De tarde, é a hora da tourada em “La Maestranza”, bela “Plaza” barroca e dourada, onde todo toureiro quer e deve tourear. Nesse belo espetáculo, mais uma vez temos o sacrifício e a ordenação do inferior ao superior. Entre outros simbolismos, a tourada remete à cavalaria. Em outras épocas, os nobres, excelentes cavaleiros e versados na tauromaquia, morriam se preciso fosse, nas justas batalhas pela defesa da fé. E na “Plaza de Toros” se ouve o “pasodoble”.
Exemplo:
http://www.youtube.com/watch?v=crmN3Dxjm74
E isto se relaciona com o segundo estado, a nobreza.
De noite, depois de um passeio pela orla do rio Guadalquivir, no qual, em outros tempos, os galeões iam e voltavam do novo mundo, é hora de buscar um bom “bar de tapas” em “El Arenal”, belo bairro sevilhano. “Las tapas” exigem o vinho jerez, único que combina com azeitona. E de novo temos o sacrifício, quer pelos difíceis sabores que o jerez subjuga quer pelos mesmos sabores somados ao vinho que o paladar vence. E nesses bares ouve-se o flamenco “por bulerias” bem alegre e com muitas palmas batidas.
Exemplo: http://www.youtube.com/watch?v=7D_ML35Z-e0
E isto se relaciona com o terceiro estado, os povos.
Cuida-se de os “três estados” bem representados. Temos clara a ideia de sacrifício e de ordenação. Uma mentalidade bem católica, diferente do mundo afetado que os inimigos da Igreja querem construir.
Este é o domingo perfeito na cidade reconquistada por São Fernando, rei, cavaleiro, antiecumênico, enterrado na catedral e que escorraçou os mouros.
Nossa Senhora de Macareña, esperança de Sevilha, rogai por nós.
Marcelo Andrade, 24 de novembro de 2013.