O TOURO, O MARQUÊS E BAYARD

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O touro tem um simbolismo espetacular. Nenhum animal tem esta marca.

O touro luta até o fim de suas forças e morre de pé. Mesmo na hora terminal, fita o inimigo sempre de frente.

Não conhece a covardia.

Onde um leão fugiria, o touro restaria.

Houve época que existiam as ordens de cavalaria e existiam os batalhadores de escol.

Que desconheciam, também, a pusilanimidade.

No começo do século XVI, havia o marquês de Pescara, general do Império Espanhol e havia Bayard (francês), o “cavaleiro sem mácula e sem medo”, como era conhecido por todos.

Os dois eram cavaleiros destacados por bravura.

Em 1524, na batalha de Sesia, o marquês liderava o exército espanhol e os lendários “tercios” (unidades espanholas de elite que não sabiam recuar ante o inimigo) contra os franceses.

E lá estava Bayard lutando sem medo, ao lado de seus compatriotas, quando foi ferido de morte.

Imediatamente socorrido, o que pediu primeiro não foi auxílio médico, mas que fosse virado de frente para o inimigo, pois jurou que nunca daria as costas para ele nem na hora da morte.

Isto foi feito.

E a Espanha venceu a batalha.

Sabendo da queda do cavaleiro francês, o marquês de Pescara foi ter ele e ofereceu ajuda, o que incluiu a vinda de um padre. Afinal, reconhecia os méritos do oponente.

Quando o touro morre e demonstra muita valentia, seu corpo é levado por carruagem, em desfile, ao longo da “Plaza”. A multidão aplaude a valentia do animal e reconhece o simbolismo de bravura e de força.

Por fim, marquês de Pescara ordenou que o exército espanhol, então vencedor, desfilasse na frente de Bayard e prestasse homenagem a ele.

Assim morriam os bravos cavaleiros, assim morre o valente touro na arena.

 

Marcelo Andrade, 22 de janeiro de 2014

RAZÕES DA DEFESA DA TOURADA E DA EXISTÊNCIA DESTE SITE

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As razões de existência deste site e da defesa da tourada extrapolam os limites das análises do mero espetáculo.

Enumeremos as justificativas:
1) Defesa do mundo Ibérico. Muito da Espanha católica é a tourada e a tourada é um símbolo da Espanha católica. Ao defendermos a tauromaquia, estaremos defendendo o mundo ibérico católico cuja história é tão deturpada quanto a estupidez dos que sustentam que a Ibéria seria uma inópia.

Por isso, intercalamos textos de história com os de touradas. E o que vale para a Espanha vale para o augusto Portugal do qual somos herdeiros.

2) Combate ao sentimentalismo em relação aos animais. O mundo de “Walt Disney” e dos “defensores de animais” é efeminado, afetado e errado. Cuida-se de dar o valor correto dos animais, que é a sua sujeição completa ao homem.

3) Paidéia. Segundo os gregos, tudo forma ou deforma o homem. A tourada forma os homens em uma mentalidade de sacrifício, de luta, de ordenação do inferior ao superior, de sujeição da carne ao espírito.

4) Combate ao mundo. Assim, como o vinho, a Igreja e o gótico, a tourada é oposta per diametrum ao século irracional no qual vivemos.

5) A bela arte em si mesma. A tourada é uma arte nobilíssima e vetusta, que evoca e harmoniza com o gótico e com o barroco colonial. Anos-luz da arte moderna e do “rock”
Defendemos a tourada em nome próprio, não temos vergonha nem medo do que anunciamos como belo.

É uma luta?
É uma luta.
A vida é uma luta. E a vida é como uma tourada.

O mundo é o touro e a capa a nos proteger é Nossa Senhora. Os passes são como os argumentos certeiros, a defesa da fé e as boas obras. As quedas na arena são como nossos vícios ou as vicissitudes da existência.

As vitórias não são nossas, são de Cristo e Ele ditará o desfecho.
Assim como os toureiros recebem o touro na “puerta gayola” de joelhos, nós estamos genuflexos nesta tarefa.
Humildes.
Como “El poeta”:

Venga!

Marcelo Andrade
20 de janeiro de 2014