Jerez, um dos mais elevados vinhos que existe. Feito somente na região delimitada pelas cidades: “Jerez de la Fronteira”, “Sanlúcar de Barrameda” e “Puerto de Santa Maria”. De “terroir” único, a uva que lhe dá origem é cultivada no solo branco inconfundível: “la albariza”.
Cuida-se de um vinho bem seco (“muy seco”) perfeito para as “entradas” e para “las tapas”. Explora bem o fundo da língua (perto da garganta)
O jerez possui características únicas e não muito fáceis de serem distinguidas. Ele se mostra forte e decidido, não tem nada de “docinho” ou sentimental.
Como ele tem um sabor difícil, mercadologicamente é pouco aceito no mundo inteiro, como se ele não estivesse preocupado com o que o mundo “pensa”. É um vinho contra o “opinionismo”.
O jerez enfrenta bem, como nenhum outro vinho, vários sabores fortes, como o da azeitona e o do “jamón serrano”.
Sutilmente ele se impõe.
Como o vinho representa o lado espiritual e a comida o lado material, há no vinho jerez, a submissão do prazer material ao espiritual, simbolizando o domínio da alma sobre o corpo e da razão sobre o irracional.
Ele é similar à tourada, que representa de forma ímpar, o duelo e a vitória da alma e do espírito contra o corpo e a matéria.
Não é à toa que o vinho jerez nasceu na mesma região da escola de montaria de “Jerez de La Fronteira”, caracterizada justamente pelo controle total do cavalo (andaluz) pelo cavaleiro. Região que também deu ao mundo a tourada moderna (Ronda).